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domingo, 11 de março de 2012

Nós pregamos o Cristo crucificado!

“Porque a palavra da cruz é loucura para os que perecem; mas para nós, que somos salvos, é o poder de Deus.” (1 Coríntios 1:18)

O que a sua igreja proíbe? Quais são as regras que vocês teem? O que ela prega? “Você é evangélico e pode fumar, usar brinco, beber?”

Talvez alguém tenha perguntado isso para vocês. Numa Europa/Portugal cada vez mais “evangelicanizada”, cada dia fica mais difícil saber o que se percebe pela palavra “evangélico”, ao mesmo tempo em que praticamente todos os cristãos não católicos são classificados todos de “evangélicos”.

Para muitos, ser “evangélico” significa estar em um grupo onde há bastante apelo às emoções e muitas regras e obrigações, como a oferta obrigatória de 10% dos seus ganhos e a proibição de comer ou beber certas coisas ou usar certas roupas. As regras destes “evangélicos” variam muito entre as centenas (ou milhares) de denominações que se auto-intitulam “igreja evangélica”.

Para outros, ser “evangélico” é estar numa denominação onde o ponto principal é a busca pela prosperidade material, saúde e felicidade física e emocional, e onde normalmente há “campanhas”, “correntes” ou “passos” de fé para alcançar esta prosperidade.

Jesus é pregado nestes grupos? Claro que sim! Mas, infelizmente, Ele geralmente é colocado ou como um novo Moisés, dando novas leis e regras que as pessoas devem seguir para serem abençoados, e um juiz que vigia para ver quem cumpre ou não suas ordens; ou então é apresentado como um grande curandeiro, milagreiro e distribuidor de bênçãos materiais, quase como o gênio da lâmpada das histórias infantis.

Pouco ou nada se ouve, nesses grupos “evangélicos”, sobre o Cristo que o apóstolo Paulo pregava.

Loucura da CruzPaulo fala-nos de um outro Cristo, bem diferente do que é anunciado, usado e abusado em muitas denominações. Ele diz no v. 23: “Mas nós anunciamos o Cristo crucificado – uma mensagem que para os judeus é ofensa e para os não judeus é loucura.”

O Cristo crucificado, que veio ao mundo para cumprir a Lei de Deus em nosso lugar, pois não podemos cumpri-la de modo algum, e que veio também para morrer na cruz por todos os pecadores, pagando o preço e o castigo pelos nossos pecados e nosso descumprir da Lei de Deus – este Cristo era e ainda é hoje uma ofensa e escândalo para muita gente, e loucura para outros tantos.

Sim, o Cristo crucificado é uma ofensa e escândalo para aqueles que buscam nele apenas bem-estar físico e material. Era assim para os judeus da época de Jesus e Paulo, que em sua maioria esperavam um salvador político e distribuidor de bênçãos materiais.

Vemos isso, por exemplo, quando Jesus alimenta uma multidão multiplicando pães e peixes em João 6. O povo procura Jesus no dia seguinte para buscar mais comida grátis (Jo 6.26), mas quando Jesus disse que veio como o Pão do céu, no qual deveriam crer (Jo 6.29,35) para serem salvos da morte eterna (Jo 6.40), foi criticado e muitos o abandonaram (Jo 6.41,42,66).

Hoje também é assim: muita gente não quer ouvir falar de pecado, condenação eterna, Cristo crucificado para dar vida eterna e perdão. Buscam religiões e igrejas que pregam o Cristo milagreiro, que satisfaz as necessidades físicas e materiais para o aqui e agora, exatamente como os judeus que seguiam Jesus. Procuram uma Igreja não para ouvir o que precisam ouvir, mas para ouvir somente aquilo que lhes agrada.

Para outros Cristo crucificado é loucura, pelo mesmo motivo que era para os gregos no tempo de Paulo: se eu não posso compreender lógica e racionalmente como um homem considerado santo e filho de Deus acabou morto como um terrível bandido e, mais irracional ainda, que ele ressuscitou dos mortos, então isso é loucura para mim.

No meio disso tudo, onde há “evangélicos” que pouco ou nada pregam realmente do Evangelho, isto é, a boa nova da salvação e perdão gratuitos dados por Cristo, pela fé nele e somente pela graça de Deus – e por isso nem deveriam usar o título de “evangélicos”, e onde há tanta gente cética e dura de coração, estamos nós, cristãos da IELP.

E o que nós, cristãos luteranos, pregamos? Simplesmente pregamos o mesmo que Paulo: “nós pregamos o Cristo crucificado!”

· O Cristo que morreu e ressuscitou para nos dar o perdão dos pecados, vida e salvação eterna.

· O Cristo que prometeu e enviou o seu Espírito Santo, que nos dá e mantém na fé pela sua Palavra, Batismo e Santa Ceia.

· O Cristo que promete que nada nos faltará enquanto vivermos neste mundo, onde sofremos mas temos a vitória por meio Dele (Jo 16.33), pois Ele sempre está connosco, como prometeu em Mt 28.

Nós pregamos o Cristo que, se viesse fisicamente ao mundo hoje, provavelmente faria em muitos templos o que fez no templo de Jerusalém. Faria uma limpeza geral onde estão a fazer comércio com a Palavra de Deus e a vender suas bênçãos, e diria a muitos: Parem de fazer da casa do meu Pai um mercado! (Jo 2.16).

Nós pregamos o Cristo crucificado!

· o Cristo que veio para libertar do pecado e da lei, e não escravizar-nos a leis e regras humanas;

· o Cristo que veio dar a maior benção – a salvação eterna, de graça, e não prometer-nos o paraíso aqui no mundo, em troca de nossas ofertas ou obras;

· o Cristo que convida, oferece e dá vida verdadeira, e não obriga, não oprime nem aprisiona ninguém.

Nós pregamos o Cristo crucificado! Pregamos o Cristo que é único Caminho que leva a Deus, a única Verdade que salva e satisfaz e a única Vida que é perfeita e dura muito além da vida neste mundo, mas que passou pela cruz para ser tudo isso e, por isso, chamamos esta pregação de teologia da cruz.

Muita gente, precisa conhecer este Cristo, para crer nele e torna-se um verdadeiro evangélico, isto é, alguém que é salvo pelo Evangelho do Cristo crucificado e vive pelo Evangelho do Cristo ressuscitado. Vamos então cada vez mais e melhor, com o poder de Cristo em nós, pregar o Cristo crucificado, o Cristo Salvador! Amém.

Rev. Leandro Daniel Hubner – Adapt. Rev. Genivaldo Agner