Jesus visitava a casa de Simão, o leproso. Ali, uma mulher derrama perfume precioso em sua cabeça,
durante a refeição. Este gesto é na realidade reprovado pelos demais por três razões: por causa do desperdício, pois, com o valor do perfume, daria para comprar alimentos e distribui-los aos pobres. Reprovaram-no, também, porque a mulher negligenciara os costumes da época, quando o lugar de uma mulher seria na cozinha e não no meio dos homens. E em terceiro lugar, a mulher tinha transgredido os costumes. Tais gestos de cortesia seriam por parte do hospedeiro. Com a sua atitude, a mulher envergonhara os donos da casa, que não tinham prestado as homenagens devidas àquele visitante. Na verdade, a mulher nada mais queria, senão ungir o Senhor para a sua morte. Por isso, ele elogia a atitude dela, pois não estaria por mais muito tempo entre eles - ele estava a caminho da cruz. Ela aproveitou esta ocasião que era única, para enaltecer a Deus. O serviço aos pobres pode e deve sempre ser feito, mas naquela circunstância, prestar um serviço a Jesus tinha o seu tempo limitado, uma vez que não estaria sempre com eles. Assim sendo, derramar sobre a sua cabeça o que havia de mais precioso tinha prioridade. O texto ensina-nos que o amor de Deus deve ser colocado acima de qualquer relação humana. O que vem depois, os serviços que se prestam ao próximo e, em especial, aos pobres, é uma consequência do vínculo com Deus. Quem ama a Deus não negligencia a boa relação com o próximo. Se existirem relações quebradas entre as pessoas é porque a relação com Deus, também não anda bem.
JAS
