ELC

Entre os dias 31 de Maio a 3 de Junho, estiveram reunidos em Mulhouse/França pastores e líderes das nossas Igrejas irmãs da Alemanha, Dinamarca, Bélgica, Inglaterra, França, Portugal e visitantes do Quirquistão e dos Estados Unidos. São Igrejas que fazem parte da ELC, sigla em inglês que significa, Conferência Luterana Europeia.

O tema do estudo foi: como ler/estudar a Bíblia. Foi produzido um documento que podem ler no final desta postagem.

A IELP foi representada pelo pastor Genivaldo Agner e pelo pastor Adalberto Hiller.

O próximo encontro acontecerá em 2014 na Alemanha.

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COMO LER E ESTUDAR A BÍBLIA

A 22ª Conferência Europeia Luterana aconteceu entre os dias 31 Maio - 2 Junho 2012, em Mulhouse/França, sob o tema: “Como ler/estudar a Bíblia”. Fomos incentivados e estimulados pelas apresentações e discussões, reaprendendo as verdades da Palavra de Deus e descobrindo novas oportunidades para ler e estudar a Bíblia.

Compartilhamos as nossas reflexões na conferência com as nossas igrejas, na esperança de que as congregações possam ler esse material e encontrarem-se a si mesmas, serem incentivadas  no que elas estão a fazer com respeito à leitura e estudo da Bíblia, e também serem encorajadas a experimentar actividades adicionais que promovam um dos temas da Reforma: “Somente a Palavra". A Nossa conferência considerou quatro tópicos resumidos em: 1. A Bíblia: Deus Fala; 2. A Bíblia: Nossos ouvidos; 3. A Bíblia: Em público, 4. A Bíblia: Em Particular 1. A Bíblia: Deus Fala (Rev. Leif G. Jensen – Dinamarca)

Será que Deus fala? Não é óbvio que Deus fala! Tanto a experiência do mundo como a experiência de muitos cristãos é que Deus é mudo; que Jesus não responde às orações, e que estamos a sós com o silêncio divino e uma miríade de palavras humanas. Esta experiência não deve ser ignorada. No entanto o silêncio nunca é a resposta final de Deus neste mundo.

Afirmamos que Deus está a falar. Deus fala através da Bíblia. Num mundo de muitas opiniões só há uma Palavra de Deus. Esta Palavra de Deus é a revelação - uma revelação e exposição da verdade pelo poder do Espírito Santo - pelo qual vemo-nos a nós mesmos como os pecadores que somos por natureza, e vemos Jesus crucificado na cruz como revelação central e mais clara da graça de Deus e da sua misericórdia para com a humanidade.

Observamos e concordamos que a mensagem da Bíblia, do Génesis ao Apocalipse é ouvida por nós como Lei e Evangelho. A lei revela o nosso pecado e mostra a vontade de Deus e expectativas, enquanto que o Evangelho revela a misericórdia de Deus em Jesus Cristo, o perdão dos pecados, e a vida com Deus através da sua Palavra - seja de forma visual, auditiva, ou em, com, sob a água ou pão e vinho. O propósito da Bíblia é a nossa salvação, a fé em Jesus Cristo, o Filho de Deus, a quem confessamos como "Senhor e Deus". A Bíblia é a Palavra inspirada de Deus e não pode errar (2 Timóteo 3.16) e Deus usa essa palavra escrita para falar com cada um de nós – uma palavra viva, poderosa e dinâmica que é mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, que mata, e é mais doce que mel, que vivifica e conforta.

Deus não fala uma única língua, mas santifica todas as línguas que transmitem Cristo. Deus está a falar. Deus fala através da Bíblia. 2. A Bíblia: nossos ouvidos (Rev. Jon Ehlers – Inglaterra)

Somos capazes de ouvir. No entanto as pessoas muitas vezes ouvem o que elas querem ouvir. Talvez isto seja ainda mais evidente quando Deus fala!A Nossa atitude e perspectiva diante da Palavra de Deus afecta a forma como a ouvimos.

Enquanto pensamos que estamos no comando e no controlo do que lemos ou ouvimos, é na verdade o Espírito Santo que está no comando e controlo e nós somos o objecto do seu trabalho quando ele revela a Palavra de Deus - Deus a falar-nos, em nossas situações quotidianas. Consequentemente nós reconhecemos as seguintes atitudes que devemos tomar diante da nossa leitura, estudo e o ouvir da Bíblia:

a) que consideremos a Bíblia como a Palavra de Deus e as nossas confissões como uma bússola para a nossa compreensão da mesma;

b) que a Bíblia transmite Cristo - e que examinemos as Escrituras até “encontra-lo”;

c) que lemos do ponto de vista da fé em Jesus e, consequentemente, se a nossa interpretação ou compreensão da Bíblia leva-nos para longe da cruz e do ensino da justificação que continuemos a ler até chegarmos à Cruz e a justificação pela fé em Jesus Cristo!

d) que a Escritura interpreta a Escritura e que passagens que não são claras devem dar lugar a passagens que sejam claras;

e) que o Novo Testamento revela o cumprimento do Antigo Testamento;

f) que reconheçamos os diferentes autores, contextos e géneros literários na Bíblia e procurar perceber a intenção do autor;

g) que temos que ler a bíblia literalmente e não literariamente;

h) que a compreensão das duas naturezas de Jesus é útil na compreensão da natureza divina e humana da Bíblia.   3. A Bíblia: em público (Rev. Klaus Phalen – Alemanha)

Fomos encorajados pelas semelhanças entre as nossas igrejas quanto ao nosso uso da Bíblia em público. Cada igreja teve também o prazer de ouvir novas ideias em relação ao uso da Bíblia em público. A Bíblia é o centro do culto quando é lida e proclamada  na liturgia (que cita a Escritura). Sem a Palavra de Deus a nossa adoração é idolatria. Apoiamos e incentivamos qualquer iniciativa que ajude as pessoas a encontrarem-se com a Palavra de Deus: pregação fiel e ensino, leitores que preparam as suas leituras e leiam com dignidade. As nossas congregações foram incentivadas em descobrir o que as pessoas têm realmente ouvido no culto. Também vale a pena incentivar as pessoas a trazerem a sua própria Bíblia para a igreja.

A Bíblia é fundamental no nosso atendimento quanto às crianças. Todas as igrejas têm uma variedade de programas que ligam a Bíblia às crianças, especialmente porque as crianças não costumam encontrar a Bíblia nas suas escolas e o analfabetismo bíblico é cada vez maior. As nossas igrejas apoiam as famílias nas suas devoções em casa, mantêm escolas dominicais, retiros espirituais, actividades bíblicas durante a semana, e têm momentos especiais na adoração para elas, tais como participar de leituras dramáticas, teatro, e a vida regular e festiva da igreja. O fundamental em todas essas interacções com a Bíblia é a alegria porque Deus ama seu povo e ele quer que ele saiba disso.

Nós encorajamos as nossas congregações para usar todos os sentidos ao trazerem as crianças para um encontro com a Bíblia - imagens, movimento, som e muito mais. Por favor, não subestimem a capacidade das crianças para aprender e perceber a Bíblia - Jesus chamou-as e as abençoou! - E assim a aprendizagem é muito mais uma questão de pertencer à família de Deus e aprender o que isso significa, através da repetição, a ação, jogos (ex.: empacotar 66 embalagens de cereais em papel e colar em cada uma, uma etiqueta com um livro da Bíblia e ver a diversão que terá!), e memorização. Quando à Bíblia ser apresentada às crianças de forma calorosa e convidativa, esses encontros com a Bíblia formam as atitudes com respeito a Deus e à sua Igreja, bem como cria oportunidades para convidar outras pessoas para "vir e encontrar” Jesus.

A Bíblia é central nos estudos bíblicos. Todas as igrejas oferecem uma grande variedade de Estudos Bíblicos, têm motivos semelhantes para eles, e desafios muitas vezes semelhantes. Estudos Bíblicos são uma parte normal na vida da igreja luterana. Eles fornecem um ambiente social para diálogo o que é bom para nutrir e na tarefa das pessoas explorar a Bíblia para ver o que está a dizer e o que a Bíblia nos diz “para cada um de nós” hoje. Uma abordagem inovadora no Estudo Bíblico (da África do Sul) foi para as pessoas estudarem o texto do sermão depois de terem ouvido o sermão e, armado com mais entendimento e explicações, de se encontrarem durante a semana e, então discutir como podemos viver com o que ouvimos falar na Bíblia e no sermão.

Reconhecemos que há pressões crescentes com respeito à distância e o tempo, e encorajamos as nossas congregações para facilitar encontros locais onde for possível e talvez aumentar as actividades aos domingos (Estudo Bíblico antes ou depois do culto). Congregações são lembradas de que o analfabetismo é um problema oculto e que por isso pessoas devem sentir-se tranquilas sabendo que não serão obrigadas a ler. Também o uso de recursos visuais pode ser um incentivo a participar.

Muitas vezes há falta de líderes para dirigirem o Estudo Bíblico, por isso congregações são encorajadas a aumentar a formação e participação de líderes leigos e ao mesmo tempo equilibrar a responsabilidade do pastor na supervisão (ênfase demasiada em qualquer direção leva a oportunidades de estudo bíblico). 4. A Bíblia: em particular (Rev. Jean L- Shaeffer – França)

Notamos nessa área de fé e vida, que a identificação, monitoramento o que exactamente está a acontecer em relação ao nosso uso particular da Bíblia depende se estamos a falar de indivíduos, casais ou famílias. Todas as nossas igrejas enfatizam a necessidade de ler a Bíblia diariamente, começando o quanto antes possível. A formação que acontece quando jovem, produz uma melhor ajuda  para as pessoas mais tarde na vida. ("Eu nunca li a Bíblia sem ter um benefício.") O uso pessoal da Bíblia pode ser reforçado com livros devocionais e ferramentas da Bíblia (dicionários, concordâncias, "Bíblias de Estudo”, internet). Onde as pessoas têm deficiências ou problemas que dificultam em se assentar e ler a Bíblia. As nossas congregações são encorajadas a usar outras formas da Bíblia (áudio, fotos).

As Igrejas são encorajadas a ser criativas para apoiar o uso pessoal da Bíblia (por exemplo, ler a Bíblia antes de um exercício físico quando se pode, então, meditar ou estabelecer uma meta para memorizar capítulos e até livros da Bíblia).

Conclusão Se podemos ser objectivos e directos... 1. Leia a Bíblia! 2. Vá à igreja!

A Deus seja a glória!

Aprovada em Mulhouse, 02 de Junho de 2012.